Sobre o tempo

São 07h. O alarme toca e me lembra que devo satisfações ao tempo. Reclamo por querer ter mais desse bem precioso e poder dormir mais um pouco. Um banho decente pra acordar, mas o café da manhã fica pra depois, na promessa de fazer isso no escritório ou na padaria da esquina, mas que acaba não dando tempo. Pego as chaves que estão em cima da revista que ainda não tive tempo de ler. Talvez se eu escolhesse ir de ônibus, poderia ler a revista no caminho e checar os emails, quem sabe ouvir as novidades que os outros passageiros sempre comentam. Mas será que vai dar tempo de pegar o ônibus? Não dá pra arriscar. Me dá cá essas chaves. Na caixa de email um lembrete de que abriu aquela nova turma do MBA que eu estava pensando em fazer, mas que ainda estou em dúvida porque o curso é muito longo e talvez não valha a pena o tempo investido.

Chega um SMS dela, aquela que nas últimas semanas vinha preenchendo o irônico tempo vago que só dava espaço ao tédio. Na mensagem ela diz que precisa de um tempo, que tudo está rápido demais, que é mais fácil ficar assim do que deixar o tempo passar e as coisas ficarem complicadas. Ela disse que me queria em sua vida novamente algum dia, mas que agora tudo está muito conturbado.

Novamente essa coisa de pessoas que estão em momentos diferentes. Falta algum tempo para que tudo se resolva, pode ser na próxima sexta-feira, pode ser que esse “algum tempo” demore bem mais do que é saudável esperar. Aí chega aquele momento que você olha para trás e vê que muita coisa está mudando, outras nem tanto, mas que o tempo passou.

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